NÃO AO RETORNO DAS AULAS PRESENCIAIS! CONSTRUIR A GREVE EM DEFESA DA VIDA!

Não às aulas presenciais!

Enquanto batemos o número absurdo de 100 mil mortos pela Covid-19 no Brasil, 25 mil apenas no estado de São Paulo (um quarto do total nacional) e 10 mil na capital (um décimo), o governador João Dória e o prefeito Bruno Covas continuam a debater a volta às aulas presenciais!

E o buraco é ainda mais embaixo: os vereadores da cidade, em votação online, deliberaram a favor do retorno! Escondidos da pandemia em suas mansões, decidem que alunos, professores, funcionários e familiares se exponham ainda mais! É o cúmulo da hipocrisia.

E aqueles de quem os estudantes pensavam que podiam esperar alguma resistência mais uma vez abaixam a cabeça e fazem o horroroso papel de lacaios do governo. A UMES já simula, inclusive, como será a “volta responsável”, em total descaso e desrespeito com a vida e a educação. Isso ao mesmo tempo em que a UNE e outras “entidades estudantis”, tão presentes e ativas em épocas eleitorais, se escondem e nem tocam no assunto!

Reforçamos que a única saída para a pandemia é popular: o governo não se importa e não vai fazer nada além de piorar a situação. É hora de reforçar a solidariedade e o apoio mútuo entre o povo, de resistir às decisões autoritárias e genocidas e de aumentar cada vez mais nossa organização.

Não voltaremos às escolas, colégios e faculdades enquanto não estivermos seguros. Mais do que nunca, é hora de estarmos unidos. Só ganharemos essa luta se todos se engajarem. Professores, estudantes e funcionários: não retornem às aulas presenciais! Construir a greve em defesa da vida já!

“O povo tem a força, precisa descobrir. Se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui!”

#GrevePelaVida
#NãoAoRetorno

Fundação da RECC – São Paulo: avante juventude combativa

RECC-SP

AVANTE A JUVENTUDE COMBATIVA! LUTE COM A REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA EM SÃO PAULO!

Nesse dia 2 de agosto, criamos o núcleo da Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) de São Paulo, filiada à Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil – FOB.

Já há muito tempo nossa cidade é um bastião de lutas estudantis combativas. Secundaristas, universitários de instituições públicas e privadas, estudantes de cursinhos, sempre ao lado de professores e funcionários da educação, colocaram muitas vezes a cidade em movimento e enfrentaram o governo, os empresários e a polícia.

Mas falta uma organização que cumpra o dever de reagrupar os estudantes combativos e revolucionários, dando-lhes a possibilidade de fazer a luta crescer e nossa ideia se propagar.

A Rede Estudantil Classista e Combativa nasce para ser uma frente estudantil, popular e militante com este objetivo. A partir dos princípios do Sindicalismo Revolucionário, lutamos combativamente pelas nossas demandas imediatas, para impedir a privatização, a militarização e o fim da educação pública, ao mesmo tempo em que propagamos a ideia da necessidade de uma nova forma de educação, revolucionária, autônoma, popular e libertadora, e de uma mudança mais profunda na sociedade como um todo.

Nosso grupo não faz recorte ideológico, religioso, de gênero ou étnico-racial. Qualquer estudante que estiver de acordo com nossos princípios de ação direta, autonomia, democracia de base, autodefesa popular, apoio mútuo e solidariedade, classismo, anti-opressão, antigovernismo e antirreformismo, é e sempre será bem vindo para se organizar e lutar conosco!

Se você se interessou pelas nossas ideias mande um email para redesp@protonmail.com

Se você não é estudante mas é um trabalhador, empregado ou desempregado, e também se interessou, te convidamos a conhecer a FOB e seus sindicatos e organizações espalhadas por todo país.

Avante a juventude combativa! Viva o sindicalismo revolucionário! Por um movimento estudantil combativo e revolucionário!

Carta de Reapresentação do Núcleo da RECC de São Paulo

Agosto de 2020

Depois de 2 anos da carta de apresentação do Comitê de Propaganda da RECC-FOB de São Paulo, trazemos um novo documento, atualizado em relação à situação atual de nossa militância e do novo contexto local, nacional e mundial, para introduzir e oficializar a criação do nosso núcleo de luta estudantil.

São Paulo é uma das cidades mais importantes do mundo. Um centro econômico e financeiro, uma metrópole em constante movimento e que atrai todo tipo de turista, imigrante e curiosos em geral. É a maior cidade das américas e do hemisfério sul e a 4ª mais populosa do mundo, sendo uma das mais diversificadas etnicamente. Uma região que se destaca no país, é a cidade brasileira mais influente no mundo no que se refere a economia, política e cultura.

Por conta disso, o que acontece em São Paulo percorre o país e o mundo, principalmente movimentações sociais, revoltas e manifestações. O levante de junho de 2013 foi um exemplo importante da grandiosidade e da influência que os movimentos sociais e políticos da cidade de São Paulo exercem em todo o país. A luta contra a Copa, as ocupações secundaristas, as greves contra Temer e os movimentos antifascistas de resistência a Bolsonaro. São Paulo sempre esteve presente na luta e na linha de frente.

Uma cidade em constante revolta, com uma vida política e cultural extremamente ativa e constante, São Paulo tem, apesar disso, um grande revés: a predominância da socialdemocracia e de seus sindicatos aparelhados a partidos reformistas, como o PT, PSOL, a CUT e a UNE, por exemplo, desempenha um papel deplorável de impedir a radicalização e a difusão da luta e da revolta. Assim, apesar de existirem vários movimentos e iniciativas populares, independentes e combativas, e do descontentamento e da raiva popular crescente, percebe-se um desfalque organizacional que possa dar sentido e força revolucionária a estes anseios.

Dentre as principais preocupações da cidade estão o combate à violência policial e ao avanço do conservadorismo, contra os grupos bolsonaristas e neonazistas, e contra a miséria, enfrentando os projetos neoliberais, entreguistas e anti-povo dos governos municipais, estaduais e federais, que retiram investimento na educação e saúde e priorizam a ajuda a bancos e o armamento das polícias e guardas municipais. Grupos reformistas e oportunistas só se movem quando podem tirar proveito da situação e as forças revolucionárias e populares infelizmente estão pouco agrupadas e articuladas para fazerem frente a isso.

Durante todo processo de luta recente na cidade, o começo da mobilização é marcado pela massificação, pelo rompimento com o peleguismo e a socialdemocracia. Mas logo em seguida a massa combativa é afastada da luta e mandada de volta ao seu cotidiano explorador pelos “líderes” oportunistas que se aproveitam da movimentação popular para cooptar e para promover seus partidos.

Agora grupos pelegos pautam o Impeachment, dito popular, do presidente Jair Bolsonaro e fecham os olhos para os outros problemas do atual governo, como um vice-presidente militar e golpista e a falta de uma alternativa popular e revolucionária para o país que possa garantir um futuro para nosso povo. Recusam a luta combativa contra a extrema-direita e contra o racismo policial porque preferem o embate legalista que não chegará a nenhum lugar, coisa que eles bem sabem! Enquanto isso, nossa juventude, quando não morta ou encarcerada, está fadada a trabalhar até morrer, endividada até o último fio de cabelo, sobrecarregada com a rotina de trabalho que impede uma dedicação maior aos estudos. A reforma da previdência, a reforma trabalhista, a carteira verde e amarela, a reforma do ensino médio, as dezenas de cortes de bolsas estudantis, o desrespeito às leis de cotas, a total falta de autonomia estudantil e a militarização do ensino. Tudo isso coloca a juventude no centro da luta: tiraram tanto de nós que perdemos o medo.

Diante desse cenário político e social, se torna mais do que necessária a organização classista, combativa e independente em São Paulo, tanto pela importância da cidade para os movimentos sociais do país e do mundo, quanto pela urgência de enfrentamento às forças reacionárias e pelegas da região. Diante da atual crise econômica, sanitária e política, que aprofunda e aprofundará ainda mais as contradições do capitalismo, que salva os lucros da grande burguesia brasileira e que usa a classe trabalhadora como escudo, para se proteger, e como escada, para continuar em cima da pirâmide social, nos deparamos com um déficit organizacional de décadas. Os estudantes e trabalhadores brasileiros foram arrancados da luta por muitos pelegos oportunistas, mas seu potencial combativo segue vivo no coração de cada um de nós e já passou da hora de reavivá-lo. Esta organização deve se opor tanto à socialdemocracia quanto ao neoliberalismo, já que ambos prejudicam a classe trabalhadora e seus filhos. É urgente a sua emergência como uma alternativa realmente revolucionária.

Compreendemos a necessidade da organização do Núcleo da RECC (Rede Estudantil Classista e Combativa) na cidade de São Paulo já que a educação não está de forma alguma separada do resto da sociedade e reflete em muito suas desigualdades e opressões, seja reproduzindo preconceitos e ideias dominantes nas escolas e permitindo a continuação do status quo, seja negando educação ao filho pobre enquanto o filho rico recebe todos os incentivos para seguir sua vida acadêmica. Além disso, vemos também, no movimento estudantil e na organização escolar e universitária, a reprodução das estruturas burocráticas e autoritárias do Estado, dos sindicatos pelegos e das entidades estudantis aparelhadas, totalmente distantes das bases, jogando com os interesses e demandas da classe trabalhadora e seus estudantes. Não podemos seguir escravos de uma educação que não nos liberta! Um povo ignorante é instrumento cego da sua própria destruição!

A RECC, portanto, surge como uma alternativa em São Paulo, atuando em universidades privadas, onde muitos estudantes vêm de famílias da classe trabalhadora, são bolsistas ou trabalham para poder pagar as mensalidades abusivas que aumentam a cada ano, e em universidades públicas, cada vez mais ameaçadas pelos governos neoliberais e negacionistas que detestam ver a juventude educada e conscientizada. Além disso, a Rede atuará no meio secundarista, há anos a mais importante frente de resistência pela educação na cidade, e em cursinhos populares de preparação para o vestibular, meios de resistência libertária e popular que incentivam a educação solidária e libertadora entre o povo.

Por fim, iniciaremos nossa atuação em São Paulo, visando a organização dos estudantes da classe trabalhadora, adotando como princípios de base os seguintes:

• AÇÃO DIRETA: Para conquistar direitos e alcançar mudanças, os estudantes e trabalhadores devem tomar seu destino em suas próprias mãos. A luta deve ser feita através de protestos, ocupações, greves, piquetes etc, sem terceirizar e entregar nosso poder e nossa indignação! Não esperamos centros acadêmicos, partidos e “líderes” nos dizerem o que fazer, nós debatemos e fazemos! Ação direta não quer dizer, necessariamente, ação violenta, e sim o povo sendo agente das próprias mudanças.

• AUTONOMIA: A luta é e sempre será nós por nós! Já vimos que grupos estudantis e sindicais que se aliam ao governo e a partidos eleitoreiros perdem o rumo, tendem ao autoritarismo e se desvinculam da base. Nossa luta é a dos de baixo e será construída pela base. Defendemos a autonomia militante, lutando sem a influência de partidos, políticos ou governos, garantindo nossa liberdade de ação e ideias, e a autonomia popular, o povo se auto organizando, para que ele saiba que não depende de ninguém além dele mesmo para ser livre!

• DEMOCRACIA DE BASE: Hoje existe uma prática burocrática e antidemocrática de grupos e partidos que dominam várias organizações estudantis. Nós acreditamos que as decisões devem ser tomadas de baixo para cima, e não o contrário. Defender isso significa dizer que os estudantes têm maior poder de decisão do que as diretorias de grêmios e centros acadêmicos. Diretorias, comissões e outras entidades representativas não devem nunca colocar seus interesses acima dos interesses dos estudantes! Seu dever é representar os estudantes, não decidir por eles! Juntando nossos princípios de ação direta e autonomia, defendemos a democracia de base, com as assembleias como instância superior de deliberação e organização.

• AUTODEFESA POPULAR: Defender-se é um direito fundamental. Somos atacados diariamente pela polícia, assassina e racista, e vemos o crescimento do terrorismo de extrema-direita e de suas milícias. Precisamos nos defender, por todos os meios necessários.

• APOIO MÚTUO E SOLIDARIEDADE: Mas nossa defesa vai além da questão física: defenderemos nossas escolas, nossos companheiros e nossos bairros de todas as formas possíveis. Nossa organização mesmo já é uma forma de autodefesa! Temos que nos ajudar, apoiar mutuamente um ao outro e estender nossa mão solidária ao nosso povo. Só assim poderemos criar um mundo novo e deixar para trás este contra qual lutamos.

• CLASSISMO: Acreditamos que a sociedade é dividida em classes. De um lado temos os capitalistas (os donos de grandes empresas, de grandes propriedades de terra, donos dos bancos) que têm interesses diferentes da nossa classe, a classe trabalhadora (composta pela maioria da população que trabalha/trabalhou diariamente para tirar seu sustento ou que está desempregada). Os trabalhadores, apesar de serem os responsáveis por toda a produção, recebem apenas uma pequena parcela da riqueza, ficando a maioria nas mãos de burgueses!

• CONTRA TODA OPRESSÃO CAPITALISTA: Sabemos que a estrutura patriarcal e supremacista branca atinge diretamente a população mais pobre. Por isso se faz necessário que essas parcelas da sociedade, que são maioria numérica e minoria apenas em questão de direitos, se organizem em movimentos combativos, a fim de garantir minimamente seus direitos sociais e políticos como condições mínimas para sobreviverem e, assim, poderem lutar pela superação da sociedade capitalista, patriarcal e racista. Neste sentido, de imediato, defendemos a autodefesa das populações mais vulneráveis, como mulheres, negros, indígenas e a população LGBT+ para garantirem sua sobrevivência. Porém autodefesa não apenas no sentido físico, de confronto direto, mas também no sentido político, munindo os mais oprimidos de teorias que possibilitem sua emancipação, e material, para que se tornem autônomas e independentes do sistema que os oprime.

• PELA ALIANÇA ESTUDANTIL-TRABALHADORA: Acreditamos que os estudantes que fazem parte da classe trabalhadora devem se organizar e lutar junto à sua classe. Nossa educação precarizada é o resultado dos interesses dos patrões e seus governadores, para quem não passamos de meros operários descartáveis. Mas seguiremos lutando por uma educação libertadora, que nos incentive a pensar, não a obedecer, lado a lado com a luta pela libertação de todo o povo trabalhador.

• ANTI-GOVERNISMO: Além de mantermos nossa autonomia frente aos governos, devemos sempre lutar contra eles, mesmo os que se dizem de “esquerda”. Organizações aparelhadas, como UNE, UBES e UMES, se interessam apenas pelo seu próprio poder, na sua perpetuação e na sua expansão, sem pensar no bem dos estudantes. Quando seu partido está no governo, estes grupos fecham os olhos aos retrocessos e deixam de lutar. Quando estão fora do governo, brecam a luta e direcionam as massas para seus interesses: voltar ao governo!

• ANTIRREFORMISMO: Nós recusamos a luta pelo governo, nosso objetivo é muito maior. O sistema capitalista é um sistema baseado na opressão e na desigualdade, sem ricos e pobres o sistema capitalista acaba. Sendo assim, se quisermos o fim das desigualdades não temos que lutar simplesmente para reformar o sistema capitalista, mas sim para que ele acabe e para que algo novo e melhor seja erguido em seu lugar.

Em resumo, a RECC pretende essencialmente duas coisas: impulsionar a luta combativa dos estudantes pelos seus direitos, por autonomia, investimento e liberdade estudantil, mas além disso, incentivar e propagar a via revolucionária, a única que poderá libertar a educação, o trabalho e todo nosso povo. Dito isto, seguimos a linha de pensamento histórico do sindicalismo revolucionário, começada pela Associação Internacional dos Trabalhadores, e concretizada na Carta de Amiens, que define a tarefa sindical, revolucionária e militante em duas, uma de reivindicações imediatas e outra sobre mudanças sociais mais profundas [1]:

• DEFENDER A EDUCAÇÃO PÚBLICA, LAICA E GRATUITA: Lutamos agora contra os retrocessos, os cortes de investimento, os ataques à autonomia estudantil e docente, a precarização, a privatização, a militarização e a incursão religiosa na educação. Apenas a luta combativa e organizada dos estudantes pode defender e garantir direitos.

• QUEREMOS UMA EDUCAÇÃO NOVA, POPULAR, AUTÔNOMA E LIBERTADORA: Nossa luta vai além da defesa da educação que temos hoje, que cumpre os requisitos mínimos de uma educação libertadora mas não alcança respaldo nas camadas populares e não permite autonomia real para estudantes e professores. Temos que mudar nossas escolas e universidades, quebrar seus muros e servir ao povo! Lutamos por uma educação que chegue às periferias, industrias e bairros, que não seja tutelada por governo ou empresário nenhum e que tenha como objetivo principal o bem-estar, o desenvolvimento e a libertação popular!

Por fim, é importante ressaltar que a RECC não faz recorte ideológico, tendo como modelo estratégico, organizativo e programático o Sindicalismo Revolucionário [2], podendo ingressar marxistas, anarquistas ou qualquer estudante que se identifique com os princípios da organização. Também não fazemos recorte religioso, de gênero ou étnico-racial, considerando e prezando pela diversidade dos estudantes da classe trabalhadora.O Núcleo de militância da RECC em São Paulo convida todos os estudantes comprometidos com as causas da classe trabalhadora a nos conhecer e a criar conosco um movimento que visa uma educação de qualidade, do povo, pelo povo e para o povo, a serviço da classe trabalhadora e da nossa libertação!

Avante a juventude combativa! Viva o sindicalismo revolucionário! Viva a luta combativa popular! Por um movimento estudantil combativo e revolucionário! Viva a Rede Estudantil Classista e Combativa!

Mande um email pra gente: redesp@protonmail.com

[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_de_Amiens

[2] https://lutafob.files.wordpress.com/2019/01/sr-e-suas-diferen%C3%A7as-com-os-demais.pdf

Brecar tudo até a vitória!

Brecar tudo até a vitória!

O primeiro #BrequeDosApps no dia 1 de julho mostrou a força e a necessidade da organização e luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil por respeito e dignidade. Os donos bilionários dos aplicativos sentiram a pressão, tentaram mas não conseguiram escapar da greve. Agora é hora de aumentar a organização da classe trabalhadora e radicalizar a nossa luta!

Há anos que entregadores e entregadoras do mundo inteiro saem às ruas para protestar pelos seus direitos, exigindo melhores pagamentos, segurança no trabalho, contra os bloqueios e as exclusões absurdas dos aplicativos. A pandemia do Coronavírus, que está matando mais de mil pessoas no Brasil por dia, mostra mais uma vez quem os governos protegem. Enquanto a classe trabalhadora têm que voltar ao seu cotidiano de trabalho e estudo e se expor ao perigo da contaminação, empresários milionários e seus políticos se escondem em suas casas e ganham milhões às nossas custas! E para evitar as manifestações do povo mandam a polícia, parte do braço armado dos governos e patrões, violentar o trabalhador que se levanta contra a injustiça!

Nós, sindicalistas revolucionários militantes da FOB em São Paulo, somos estudantes, trabalhadores e desempregados que defendem a organização autônoma da classe trabalhadora, independente de qualquer governo, partido, empresa ou Estado. Nenhum deles nos defende. Todos pensam nos próprios interesses enquanto deixam o povo morrer! Por isso, toda luta em defesa das nossas condições de vida e trabalho é justa, necessária e deve ser apoiada. Afinal, a emancipação dos trabalhadores só pode ser obra dos próprios trabalhadores! Neste dia 25 de julho, trabalhadores de aplicativos farão mais uma greve nacional. Todos devem apoiar e ajudar como puderem. Trabalhadores/as de outras áreas: façam greve de solidariedade, juntem-se às manifestações, ajudem e apoiem os grevistas! NÃO UTILIZEM OS APPS NO DIA 25! AVALIEM MAL NAS LOJAS DE APLICATIVOS DOS SEUS CELULARES!

Há centenas de anos que nós, trabalhadores e trabalhadoras, enfrentamos todas as dificuldades para construir o mundo e fazer ele funcionar todo dia. Erguemos casas e prédios, cozinhamos, entregamos comidas, transportamos gente e fazemos muito mais. Mas, nossos exploradores, parasitas que não fazem nada, recebem todo o lucro do nosso trabalho e desfrutam dele nas suas mansões e seus palácios. É hora de acabar com isso de uma vez! Se a classe trabalhadora tudo produz, a ela tudo pertence! Lutemos por nossas vidas, pelos nossos direitos e por um futuro digno!

Viva a classe trabalhadora!
Viva a luta autônoma e combativa!
Viva o #BrequeDosApps!

Brecar tudo, não entregar nada!

A pandemia de COVID-19 piorou a situação que já era ruim para os entregadores/as de aplicativos. Por isso, nos últimos três meses eles e elas fizeram greves e paralisações em vários locais do Brasil. A luta é por melhores pagamentos e condições de trabalho, e contra bloqueios e exclusões. Para fortalecer essa luta, no dia 1 de julho atacarão com mais força os lucros das empresas de aplicativos (Ifood, Rappi, Uber Eats, entre outras) por meio da primeira greve nacional de entregadores/as de apps. A greve é necessária e justa, dado que um inimigo só recua e cede quando são causados danos contra ele. É também um exemplo de organização e luta para todas as trabalhadoras e trabalhadores do país e deve ser apoiada.

A pandemia e a quarentena aumentou o número de entregas e a importância do trabalho dos entregadores/as. Mesmo assim, eles e elas estão ganhando menos e as condições de trabalho pioraram, por isso exigem melhores pagamentos e condições. Agora estão correndo mais risco de morte, dado que além dos acidentes no trânsito podem ficar doentes com COVID-19. Por isso, exigem um auxílio pandemia que pague os custos com EPIs, álcool em gel e uma licença do trabalho para caso peguem a doença do coronavírus. Também exigem um seguro de vida, acidente e roubo. O fim dos bloqueios e desligamentos indevidos, assim como o fim do sistema de pontuação e restrição de local que força a competição entre entregadores/as e jornadas de trabalho mais longas.

Em momentos de crise fica mais exposto que os governos e os patrões favorecem os seus próprios interesses usando as trabalhadoras, os trabalhadores e o povo como objetos. O governo Bolsonaro-Mourão-Guedes e as empresas de aplicativos são exemplos disso que acontece. Por isso, para essas empresas não importa se os entregadores/as ganham uma miséria, trabalham muito e em péssimas condições, adoecem e morrem. O que importa é o lucro. Portanto, a greve nacional é justa e necessária, dado que causará maiores danos ao que importa para essas empresas. As exigências só poderão ser conquistadas causando danos para os seus lucros.

Nós da militância em São Paulo que faz parte da FOB, uma organização sindicalista para lutar pelos interesses da classe trabalhadora e transformar radicalmente a sociedade, independente de empresas, de partidos, do Estado e de governos, apoiamos a greve nacional de entregadores/as. Pedimos para que ajudem a divulgar a greve e no dia 01/07 não usem os apps de entregas e os de transporte de pessoas, e se possível, participem nas manifestações que acontecerão nas ruas.

A greve nacional será articulada internacionalmente com trabalhadores/as de apps da Argentina, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, México e possivelmente de outros países.

Se não atenderem as exigências, nada será entregue!

Apoiar o #BrequeDosAPPs !

Sobre a imposição de mais miséria, morte e autoritarismo

O agravamento da situação de pandemia de COVID-19 e a crise está sendo mais favorável para os governos e os patrões impor uma política de mais miséria e morte ao povo trabalhador no Brasil. Alguns exemplos dessa política são: a Medida Provisória 936 (MP 936), que pode reduzir o salário em 25%, 50% e até 70%, suspender o contrato de trabalho, forçar negociações individuais que são aceitas pelos trabalhadores para evitar perder os seus empregos, e ainda assim não impede demissões; a MP 927 que complementa a 936 permitindo também a redução salarial e os acordos individuais forçados, além de suspender exigências de segurança e saúde no trabalho, mudar as regras para férias, usar o banco de horas para aumentar a jornada de trabalho sem pagar hora extra, entre outras permissões; e outro exemplo é a recente tentativa de aprovar a Carteira de Trabalho Verde e Amarela (MP 905), que piora a reforma trabalhista aprovada no governo Temer e com a justificativa de reduzir o desemprego gera um grupo mais precarizado de trabalhadores formais, com menores salários e menos direitos.

Agora que é mais necessário manter o emprego, o salário e garantir a renda por causa dos efeitos da pandemia, o desemprego está aumentando mais rápido e o salário e a renda diminuindo. Mesmo assim, o auxílio emergencial de R$ 600 por trabalhador e de no máximo R$ 1.200 por família está sendo disponibilizado e pago com muitas dificuldades e muita demora. Além disso, o auxílio é insuficiente para manter uma família e milhões de trabalhadoras e trabalhadores não poderão recebê-lo. Para piorar, o auxílio poderá ser reduzido para R$ 300.

Está acontecendo também o aumento do trabalho em casa (“home office”) onde é comum o trabalhador pagar a energia elétrica e o acesso à internet usado para o seu trabalho, e as empresas não fornecerem todos os equipamentos necessários ou nenhum, sem haver qualquer reembolso. É comum também que a jornada de trabalho seja maior podendo até não ser paga como deveria.

Como o desemprego está aumentando e a busca por trabalho formal agora está mais difícil, a tendência é aumentar mais rápido o trabalho informal, mesmo na pandemia. Alguns exemplos de trabalho informal que estão crescendo e continuam em atividade na pandemia são: entregador(a) de app e motorista de Uber. Os entregadores\as e motoristas de app estão correndo mais riscos de adoecer e morrer, recebendo menos e frequentemente fazendo jornadas de trabalho entre 12 e 16 horas por dia. Mesmo assim, as empresas (Uber, Ifood, entre outras) não asseguram o mínimo de segurança como o fornecimento de EPI’s, além de fazerem bloqueios e exclusões sem nenhum direito para o/a trabalhador/a.

Enquanto a situação está piorando, as centrais sindicais (CUT, Força Sindical, entre outras) nada fazem de efetivo para organizar e mobilizar a classe trabalhadora para lutar por suas condições de vida e trabalho e derrotar o governo Bolsonaro/Mourão. Quase todas essas centrais estão agindo para no máximo fazer negociações com o Congresso Nacional, o Senado, os patrões e outros inimigos do povo sobre como impor a precarização, a miséria e a morte.

A precarização do trabalho, o aumento do desemprego e do trabalho informal, o agravamento da miséria, a morte e mais autoritarismo são imposições de uma minoria privilegiada, rica e poderosa para beneficiar os seus próprios interesses. O governo Bolsonaro/Mourão e os governos estaduais e municipais, os patrões, o alto comando das forças armadas e das polícias, o Congresso Nacional, o Senado, o STF, a Rede Globo, entre outros grupos e frações, fazem parte dessa minoria onde mesmo havendo divergências e disputas dentro dela, existe uma coesão em relação aos seus interesses e imposições. As divergências e disputas são sobre quem terá mais poder para definir como a política de mais miséria e morte e um sistema (regime político) mais autoritário serão impostos.

Os problemas brevemente abordados aqui, e muitos outros problemas não mencionados, fazem parte de uma situação de crise que será de longo prazo. Isso não é apenas porque a pandemia pode ter várias ondas durante os próximos anos, mas também porque existe uma profunda crise econômica que se iniciou antes e continuará depois da pandemia. No decorrer dessa situação de longo prazo, os conflitos entre uma minoria (classes dominantes) e a classe trabalhadora vão se acirrar cada vez mais, tornando mais evidente que existem interesses irreconciliáveis. Por isso, nós da militância da FOB em São Paulo estamos nos preparando para estar no dia a dia com trabalhadoras e trabalhadores de várias áreas visando dar apoio e participar em lutas por condições de vida e trabalho, propondo uma alternativa de organização na luta sindical combativa e revolucionária.

Contra a miséria, a morte e o autoritarismo, só o povo salva o povo!
Fora Bolsonaro e Mourão! Todo poder ao povo!
Construir o sindicalismo revolucionário!

O agravamento da pandemia e o governo de SP

No Estado de São Paulo, o nível de distanciamento social caiu para menos de 50%. Quanto menor for esse nível, maiores serão as quantidades de pessoas infectadas e mortas, e do jeito que está agora é insuficiente para evitar que o sistema público de saúde atinja o seu limite. A pandemia de COVID-19 está avançando de maneira cada vez mais rápida nas favelas e periferias, e no interior paulista. Segundo o próprio governo estadual, a previsão é que o novo coronavírus alcance todos os 645 municípios de SP até o final de maio.

O governo Dória, que quer aparecer como oposição ao governo Bolsonaro/Mourão, na verdade concorda com o governo federal que a prioridade deve ser o lucro e os interesses de uma minoria rica e poderosa e não as necessidades populares. Por isso, o governo de São Paulo não tem, e não terá, nenhum plano comprometido em assegurar a saúde, a renda e a moradia para o povo visando aumentar a adesão ao distanciamento social e conter o avanço da pandemia. Assim sendo, o governo Dória tem culpa com o agravamento da pandemia em SP porque prioriza favorecer a riqueza e o poder de uma minoria. Além disso, os governos passados também tem culpa com o que está acontecendo agora porque tinham essa mesma prioridade que faz com que hoje, por exemplo, não exista um sistema de saúde capaz de conter o avanço do novo coronavírus.

Diante do agravamento da crise e pandemia em SP, e em todo o Brasil (e no mundo), que está massacrando a nossa gente, é necessário fortalecer as iniciativas de apoio mútuo e solidariedade popular, assim como a organização e a mobilização popular contra os governos e os patrões para defender as nossas condições de vida e trabalho. Além de ser necessário fazer isso agora, também é preciso construir um movimento sindicalista revolucionário de massas para avançar em direção a uma vida digna em sociedade onde realmente exista igualdade, liberdade e respeito ao meio ambiente. Só assim nós, trabalhadoras, trabalhadores e gente do povo, poderemos buscar soluções efetivas para a situação de crise e pandemia.

Fortalecer a solidariedade popular contra a COVID-19!
Lutar contra os governos e os patrões!
Construir o sindicalismo revolucionário!

Luta e Solidariedade dos Trabalhadores e Sindicalistas Revolucionários contra a Pandemia da Gripe Espanhola

O que podemos aprender?

Enquanto a pandemia de COVID-19 já contaminou milhões e matou milhares de pessoas no mundo, há mais de 100 anos atrás, a gripe espanhola de 1918-1920 matou milhões, sendo muito mais mortal que a primeira guerra e, assim como a pandemia atual, foi extremamente agravada pela ganância dos capitalistas, na extrema lógica fetichista da auto-valorização do capital pela exploração e do trabalho da gigantesca maioria, a classe trabalhadora.

Esse texto foi escrito enquanto a pandemia ainda não acabou, e muitas formas de luta da classe trabalhadora devem surgir e se desenvolver ainda, enquanto a maioria da população mundial luta por sua sobrevivência contra a pandemia e o capital. Mas a gripe espanhola de 1918-1920 acabou e temos muita informação sobre ela e sobre as lutas da classe trabalhadora nesse período, talvez algo desses exemplos de luta contra essa antiga pandemia possa nos ajudar.

A gripe espanhola, que na verdade aparentemente surgiu nos Estados Unidos, surgiu num conturbadíssimo período do pós-primeira guerra e da onda revolucionária e de guerra civil revolucionária que desmanchou no ar tudo que era sólido entre a Alemanha e a Mongólia, e abalou todo o mundo capitalista. A classe trabalhadora da época, mesmo em condição extremamente precária, miserável e violenta, estava forte e sabia seu potencial. Quando a pandemia começou a matar milhares e milhares, os trabalhadores se levantaram exigindo não morrer por ter que trabalhar, nem morrer de fome por estar doente e não poder fazê-lo.

Guerra, Pandemia de Gripe e Pandemia de greves e revoluções

A gripe espanhola se propagou por causa da genocida guerra inter-imperialista. Não suficiente fora matar milhões de trabalhadores e camponeses na guerra fratricida para repartir colônias e saques entre os estados imperialistas e o grande capital, e não suficiente fora mandar mais contingentes para uma guerra contrarrevolucionária no leste europeu e Rússia revolucionária, essas guerras espalharam o vírus influenza em uma pandemia que matou no mínimo 20 milhões, com estimativas de letalidade até 100 milhões (por volta de 5% da população mundial da época). Essas mortes se concentraram nas populações operárias e coloniais, obrigadas a trabalhar em prol do lucro dos patrões.

Os primeiros casos foram no começo de 1918, mas a segunda onda, na segunda metade desse ano e a terceira onda no começo de 1919, foram os mais letais. O ano de 1919 é também marcado por “epidemias de greves” e “febres grevistas” como foram chamadas pelos jornais burgueses. Isso ocorreu porque, nessa época, a força da classe trabalhadora era gigantesca. Durante a guerra, trabalhadores e camponeses, forçados a serem soldados, se levantavam em greves e motins armados revolucionários, enquanto nas cidades fora dos campos de batalha, a falta de homens que eram mandados à guerra dava um gigante poder de negociação as operárias (a maioria mulheres, pois os homens estavam no front) mesmo que contra estados em Lei Marcial. Logo depois de toda essa morte na guerra, a pandemia da gripe espanhola foi devastadores para os trabalhadores e camponeses do mundo, gerando morte, peste e fome, mas essas mortes deram ainda maior poder para a classe.

Os trabalhadores do mundo, para além de ter vivo o exemplo da revolução ocorrendo na Rússia, leste europeu, Alemanha, México e outros países, estavam realmente sem nada a perder, pois trabalhar significava estar exposto à morte e o desemprego quase não existia devido a tantos trabalhadores mortos.

Em 1919, quatro milhões de trabalhadoras e trabalhadores (um quinto da força de trabalho) dos EUA entraram em greve. Na Austrália, em janeiro desse ano, trabalhadores portuários, marinheiros e do setor de transportes entraram em greve por aumento salarial, pensão às suas famílias caso morressem da gripe e direito a salário integral se estivessem internados ou em quarentena. Na Índia, então colônia britânica, entre 12 a 17 milhões de pessoas morreram, a maioria trabalhadores e camponeses das castas “mais baixas”, e essa atitude genocida do governo colonial foi confrontada em 1919 com uma greve-geral de toda a Índia.

No Brasil morreram no mínimo 35 mil pessoas, com corpos lotando as ruas e covas coletivas. As trabalhadores e trabalhadores do Brasil também lutaram por meio de greves não só contra a carestia geral e ausência de direitos, mas também para não morrer doentes enquanto eram obrigados a trabalhar na pandemia.

Primeiro de Maio, Greves e Solidariedade na Epidemia

O Primeiro de Maio é a data em que celebramos os mártires de Chicago, que em 1886 lideraram uma massiva greve exigindo o máximo de oito horas de trabalho diárias, alguns foram mortos na repressão policial e outros executados pelo estado sem provas de nenhum crime. Em seguida a data passa a ser celebrada pelos trabalhadores do mundo, como dia do trabalhador.

Entre 1917 e 1919, o movimento operário brasileiro seguia predominantemente a tendência Sindicalista Revolucionária. Em 1917 a Federação Operária do Rio de Janeiro faz um grande comício no primeiro de maio, há greves de trabalhadoras têxteis no mesmo mês também no Rio, muitas outras greves locais e a Greve Geral em São Paulo em julho. O Primeiro de Maio do ano seguinte acontece durante Estado de Sítio, e mesmo assim acontecem greves. A gripe espanhola tem seus maiores efeitos no Brasil a partir de setembro, em outubro, a UGCC (União Geral dos Construtores Civis) do Rio cria uma Comitê de Combate a Fome, que havia sido agravada pela epidemia da mortal gripe, “no dia 30 de outubro, a UOFT (União dos Operários em Fábricas de Tecido) encaminhou um ofício ao Centro Industrial. Neste, ela reivindicava um abono de 30% no salário dos operários parados por causa da epidemia, a dispensa dos aluguéis das casas de propriedade das indústrias e o retorno do funcionamento das fabricas por 56 horas semanais.” Com os patrões se negando a negociar, milhares de trabalhadoras e trabalhadores têxteis entram em greve em outubro e novembro de 1918.

A solidariedade das uniões operárias aos pauperizados, famintos e doentes durante a epidemia e as greves em favor ao direito à vida e saúde, contra a obrigação de trabalhar doente e adoecer no trabalhos, não devem ter sido algo isolado só do Rio de Janeiro no Brasil, falta estudo e registros sobre essa importante questão.

Toda a onda de greves e revoluções desse período de 1917 e 1919 obrigou a burguesia internacional a fazer importantes concessões à classe trabalhadora. Uma direta repercussão é a criação do que viria a ser a OIT (Organização Internacional do Trabalho), que em abril de 1919 tinha diretrizes de redução da jornada de trabalho para oito horas diárias, abolição do trabalho infantil, entre outras. No Jornal do Brasil de 1º de Maio de 1919, temos em meio a vários convocações de comícios operários do 1º de Maio, um decreto da prefeitura do Rio de Janeiro instaurando diversos direitos para os funcionários municipais.

Lições para a Pandemia de hoje

Muito mudou nesses mais de 100 anos. A classe trabalhadora conquistou muitos direitos com sua luta, perdeu alguns e hoje sofre com novas formas de exploração (terceirização, uberização, automação do trabalho) e com o velho desemprego e recessão. Nessa pandemia, as medidas de contenção e isolamento, cientificamente comprovadas, estão sendo mais amplamente aplicadas que antes, mas ainda muitos trabalhadores sofrem com demissões em massa, serem obrigados a trabalhar e sem equipamentos de proteção, por não terem atendimento médico ou licenças de saúde pagas pelos empregadores, redução salarial, etc. Pior, nossa classe se encontra muito mais enfraquecida que antes, por anos de peleguismo, sindicalismo de estado e conciliação de classe infectando e enfraquecendo o movimento operário.

Muitas das medidas reivindicadas na época da gripe espanhola permanecem hoje: reivindicação e defesa de pensão a familiares em caso de morte, salário integral em caso de adoecimento, anistia do pagamento de aluguéis ou greve de aluguel, aumento de salário por trabalho em condição de risco; tudo isso segue sendo reivindicado hoje. Essas reivindicações emergenciais devem continuar a ser puxadas e fortalecidas pelos trabalhadores, por todos o métodos combativos possíveis! Campanhas de solidariedade de classe e ajuda mútua que existiram na época para garantir um mínimo de vida e saúde dos trabalhadores pauperizados, continuam existindo hoje e devem continuar e se fortalecer até forçar que os capitalistas e seus estados sejam obrigados a pagar pela crise que eles criaram e a não deixar que nenhum de nós morra pelo lucro deles!

E apesar de o futuro sob o capital ser desolador, talvez nossa classe encontre enorme força no meio destes terríveis acontecimentos, e certamente vemos vários inimigos perdendo apoio e “prestígio” por essa crise do capital, com as contradições aumentando e nossos inimigos de classe se atacando entre si. Mas só com nossa organização e luta decisiva, classista, combativa e revolucionária é que os faremos cair e ergueremos um novo mundo sobre as ruínas do velho.

NÃO VOLTEMOS A NORMALIDADE!
VENÇAMOS A PANDEMIA, O ESTADO E O CAPITAL!
SOLIDARIEDADE DE CLASSE, NENHUMA DEMISSÃO E DIMINUIÇÃO DE SALÁRIO!
PELO DIREITO À VIDA E À SAÚDE DOS TRABALHADORES!
FORA O PELEGUISMO! VIVA O SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO!
NÃO VAMOS MORRER E ADOECER PELO LUCRO DO PATRÃO!
NÃO VAMOS MORRER DE FOME POR NÃO PODER TRABALHAR!

 

COMUNICADO SOBRE A MARCHA ANTIFASCISTA 2019, SÃO PAULO

A Marcha Antifascista 2019 foi coordenada pela Ação Antifascista São Paulo, junto com diversos coletivos e organizações populares: Antar. ARC, Bueiro Periférico. C16, DM16, FeminiVegan, FOB-SP, Mandela Free, Núcleo do Grajaú, OASL, P16, RASH, Rayo Proletário, Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio e RP-Sindical.

Foram 2 meses de reunião em que foram preparadas comissões de propaganda e agitação, segurança e trajeto. Foi discutido o tom da Marcha esse ano, em que somou-se ao acúmulo de anos anteriores (contra o genocídio, a repressão e corte de direitos) também uma pauta ambiental e anti-imperialista (‘nem entreguismo, nem imperialismo, pela autodeterminação dos povos da floresta’). Como sempre, fez-se a memória do confronto entre Integralistas e Antifascistas em 1934, chamada ‘A Revoada das Galinhas’, em que os Antifascistas saíram vitoriosos. No trajeto, saímos da Sé, passamos pela antiga sede dos Integralistas e terminamos no antigo DOPS (Luz).

Pela primeira vez em 3 anos, a Marcha conseguiu chegar ao fim do trajeto desejado sem repressão. Isso foi possível devido às reuniões e alinhamento dos coletivos, que entenderam o momento e decidiram por uma estética menos ‘hostil’ (sem cobrir o rosto) e fazer agitação com os trabalhadores da região através de jornais, panfletos e conversas; também tivemos a presença da Fanfarra Clandestina, que manteve ritmo.

Uma semana antes da Marcha, o perfil de Twitter do Bolsonaro e de outros quadros do PSL, compartilharam massivamente a Marcha incentivando a extrema direita ao confronto. Conseguimos uma concentração de 500 pessoas, que afastou a possibilidade de conflito junto à disciplina dos organizadores às deliberações das reuniões. A polícia esteve presente em peso, de forma hostil, coldre aberto e envelopando os manifestantes do começo ao fim, filmando e fotografando cada um presente.

Os cantos incentivaram os presentes, dando grande eco entre a população presente no centro de São Paulo, a união entre diversas organizações demonstrou-se de extrema importância no combate ao fascismo seja em sua forma clássica ou neoliberal.

Avançar, parar o Brasil a partir do dia 14/06!

A greve e os atos em defesa da educação no dia 15/05 mostrou que há força e disposição para fazer o governo Bolsonaro/Mourão recuar nos cortes e outros ataques contra a educação. Mas, para forçar um recuo é necessário ampliar e radicalizar a luta pela educação e também contra a reforma da previdência, voltando a paralisar e para as ruas massivamente no dia 30/05 e parando o país com uma greve geral a partir do dia 14/06.

É necessário fazer ocupações e assembleias em escolas, institutos e universidades com o objetivo de unir forças com trabalhadores de diversas categorias para preparar e fazer uma greve geral em defesa de uma educação pública e popular, contra a reforma da previdência e pelos direitos do povo até o governo recuar. E, a partir de então, formar comitês de resistência permanentes que responderão com força cada ameaça e ataque do governo.

Só com a ação combativa e direta dos trabalhadores/as e do povo conseguiremos impor derrotas ao governo Bolsonaro/Mourão e defender as nossas condições de vida e trabalho, que estão sendo atacadas desde governos anteriores e no atual para favorecer uma minoria rica e poderosa. Só assim poderemos avançar rumo a uma alternativa revolucionária de poder popular.

Venha para o ato pela educação que acontecerá na cidade de São Paulo, 30/05, a partir das 16h, no Largo da Batata.

Apoie o bloco autônomo de estudantes secundaristas:

https://www.fb.com/events/2317020908587017/

Não à reforma da previdência!
Por uma educação pública e a serviço do povo!
Greve Geral pelos direitos do povo!

 

8 de março: o dia da mulher trabalhadora

   A atual previdência social brasileira, pauta duas modalidades para a aposentadoria da mulher 1. por idade mínima, no caso, 60 anos incluindo 15 anos de contribuição e 2. por tempo de contribuição que não depende da idade, sendo 30 anos para as mulheres.

   Podemos afirmar que mesmo com todas as debilidades, esta Previdência Social foi conquistada e é direito de todo o povo e, portanto, da mulher trabalhadora. Mulher esta, que é superexplorada no mercado de trabalho, assediada, ainda com salários menores e jornadas duplas, até mesmo triplas, principalmente no caso das terceirizadas que são ainda mais precarizadas.

   Com a proposta da Reforma da Previdência, no governo de Bolsonaro (PSL/2019), a exploração e opressão feminina no mercado de trabalho alcançarão níveis ainda maiores. Existem dois pontos que devem ser ressaltados: 1. o tempo de trabalho para conseguir a aposentadoria irá aumentar, o que significa uma ampliação da exploração da força de trabalho da mulher e 2. o cálculo de média salarial será feito com base em todos os salários, não mais em relação aos 80% maiores salários de tempo de contribuição, o que irá acarretar, consequentemente, numa queda no valor das a aposentadorias. Resumidamente, as mulheres irão trabalhar por mais tempo para receber aposentadorias menores.

   Neste sentido, o governo Bolsonaro (PSL/2019), nos faz acreditar que tudo isso é necessário, quando na verdade, estão jogando nas costas do trabalhador o “rombo” da Previdência Social, enquanto seus salários continuam intactos e os escândalos de corrupção permanecem rotineiros.

   Nós não deixaremos! A FOB e a RECC dizem um grande NÃO à Reforma da Previdência! Dizemos um grande NÃO à superexploração e opressão femininas!

   Para barrar mais este ataque à saída e à união das mulheres e homens trabalhadores, rumo à GREVE GERAL!